quinta-feira, 28 de novembro de 2013

NÃO É LÍCITO FICAR INATIVO

Porque estias o dia inteiro inativos? (Mt.20,6-7).
Irmãos, São Jerônimo exorta-nos a  viver de modo que o demônio ao tentar-nos nos encontre sempre ocupados.
Estava meditando sobre a missão gerada pelo carisma  nas novas Comunidades e em particular na Comunidade Filhos da Cruz e então me deparei com o versículo acima citado.
Escrevo isso numa semana chuvosa, onde tudo  nos chama, nos arrasta a ociosidade. Parece estranho falar de ociosidade num tempo em que lutamos contra o relógio e temos a impressão que os dias e meses são mais curtos, visto que não conseguimos dar conta de tantos afazeres, mas ao examinarmos nossa consciência veremos que temos sido muito ociosos.
Primeiramente a ociosidade propriamente dita. Temos ficado muito tempo sem fazer nada, ou nada de útil, ou que edifique; basta ver o tempo que ficamos na frente do computador, ainda que tentemos bem utilizá-lo sempre gastamos mais tempo do que necessário. Depois temos o tempo diante da TV, tempo esse tão mal aproveitado. Depois temos o tempo literalmente sem fazer nada e desse tempo não precisamos nem fazer comentários.
Antes de falar do outro tipo de ociosidade quero partilhar algumas citações: "São Boaventura diz que quem se dá ao trabalho será tentado senão por um demônio, mas quem se dá a ociosidade será muitas vezes assaltado por um grande número de demônios". Eclo.33,29: "A ociosidade ensina muitas coisas perniciosas". Os antigos já diziam: "Cabeça vazia, oficina do diabo". Portanto irmãos, examinemos nossa consciência, vamos fazer o tempo render, pois como diz a palavra, os dias são maus (Ef.5,16).
Não deixemos  que um pouco de ociosidade aqui, um pouco de ociosidade ali, nos leve ao vício da preguiça. A palavra de Deus nos diz que como a porta gira nas dobradiças, assim é o preguiçoso em sua cama. Tenhamos pois coragem e façamos  como o Apóstolo Paulo que disse: Eu corro, não como às tontas; Eu luto, não como quem golpeia o ar. Trato duramente o meu corpo e o subjugo, para não acontecer que depois de ter proclamado a mensagem a muitos, eu mesmo seja reprovado. (ICor. 9,26).
Mas alguém dirá: Espere aí, eu não sou ocioso, trabalho tantas horas por dia... Mas eu lhe pergunto: Para quem tem trabalhado?
Quero então falar de um outro tipo de ociosidade. A ociosidade na obra de Deus. Não estou falando de assumir compromissos em determinados horários, mas de em todo tempo, estejamos onde estivermos, termos em mente que somos operários da vinha do Senhor.
Volto ao início, quando disse que meditava sobre a missão. Jesus disse que a messe já está no ponto, é hora de colheita. Disse Ele também: Meu Pai trabalha e eu também trabalho... Talvez alguém diga: Mas eu não sei evangelizar... E me recordo então daquele servo preguiçoso que por medo enterrou o único talento e quando o Senhor voltou de viagem lhe entregou o talento. Aquele Senhor lhe disse entre outras coisas: "Porque não colocastes o dinheiro num banco. Assim voltando de viagem eu o receberia com juros. Aquele Senhor chamou o servo de mau e preguiçoso.
Partilho que quando leio esse texto sempre penso na oração. Se eu não sei ou não passo evangelizar falando, posso orar. Posso depositar no banco da misericórdia divina. Então não há desculpas para o ócio. Se não sei evangelizar nas mais corriqueiras situações do dia-a-dia, devo então ser mais silencioso e orar.
(Certo orador disse: Seja sua fala melhor que o silêncio ou fique quieto). As pessoas nos verão em silêncio, mas estaremos muito ativos e em serviço ao Senhor pela oração.
Volto então com a pergunta inicial: Por que estais o dia inteiro inativos? Se deixe questionar.

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