A história narra-nos um caso de um amor tão prodigioso que será a admiração de todos os séculos. Havia um rei, senhor de muitos reinos, que tinha um único filho, tão belo, tão santo, tão amável, que, sendo o encanto de seu pai, este o amava como a si mesmo. Ora, este príncipe se afeiçoou grandemente a um escravo e tendo este cometido um delito, pelo qual fora condenado à morte, o príncipe se ofereceu a morrer por ele. O pai, amante apaixonado da justiça, resolveu condenar o seu amado filho à morte, para livrar o escravo do castigo merecido. E assim aconteceu: o filho morreu justiçado e o escravo ficou livre.
Este caso, que uma só vez se deu e nunca mais se repetirá no mundo, está consignado nos santos evangelhos, onde se lê que o Filho de Deus, o Senhor do universo, vendo o homem condenado à morte eterna por causa do pecado, quis tomar a natureza humana e pagar com sua morte e pena devida pelo homem. "Foi oferecido porque ele mesmo o quis (Is.53,7)". E o Eterno Pai o fez morrer na cruz para nos salvar a nós, míseros pecadores. "Não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós" Que vos parece alma cristã, este amor do Filho e do Pai?
Amado redentor meu, quiseste então com vossa morte sacrificar-vos para obter-me o perdão. E que vos darei em reconhecimento? Muito me obrigastes a amar-vos, muito ingrato serei se não vos amar com todo o meu coração. Vós me destes vossa vida divina; eu, mísero pecador, vos consagro a minha vida. Ao menos a vida que resta quero empregá-la exclusivamente em amar-vos, obedecer-vos e dar-vos gosto.
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