Tirai proveito mais de pequenos sofrimentos do que de grandes. O Senhor não considera tanto o sofrimento em si mesmo, mas sim a maneira como se sofre. Sofrer muito, mas sofrer mal, é sofrer como os condenados; sofrer muito e até corajosamente, mas por um causa má, é sofrer como um mártir do demônio; sofrer pouco ou até muito, mas sofrer por Deus, é sofrer como os santos.
Se é verdade que podemos escolher entre as cruzes, então deveremos optar, de modo particular, por aquelas menores e mais ocultas e que se apresentam ao lado de outras maiores e mais vistosas. Na realidade, é fácil para o orgulho humano pedir, procurar até mesmo escolher e abraçar as grandes e vistosas cruzes; porém, escolher e carregar alegremente as cruzes pequenas e escondidas só o poderá fazer aquele que for ajudado por uma grande graça e por uma grande fidelidade a Deus.
Comportai-vos, pois, como o comerciante em relação ao seu negócio: tirai proveito de tudo; não deixeis perder, seja o que for, da verdadeira cruz, ainda que seja uma simples picada de mosquito ou de um alfinete, ou a indelicadeza de um vizinho, uma injúria insignificante, a perda de alguns poucos vinténs, uma leve pertubação do espírito, um leve cansaço corporal ou uma pequena dor em algum dos seus membros, etc. Assim como o comerciante em seu negócio, vai ajuntando em seu cofre dinheiro sobre dinheiro, assim vós, também, procurai tirar proveito de tudo e depressa vos tornareis ricos diante de Deus. Até mesmo diante das mais pequenas adversidades dizei: "Bendito seja Deus. Obrigado, Senhor"; depositai a cruz acabada de aceitar, na memória de Deus que é, por assim dizer, o vosso banco; e, se vos lembrardes dela, que seja para dizer apenas: Muito obrigado, Senhor! Misericórdia! ( S. Luiz de Monfort)
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