terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Humilhem-se diante das próprias faltas

Se vos vier a acontecer que, por ignorância ou até culpa própria, cometerdes alguma falha que vos faça sofrer, "humilhai-vos de imediato sob a proteção da poderosa mão de Deus, sem, por vontade própria, vos deixardes perturbar pela inquietação, dizendo interiormente, por exemplo: Ah, Senhor, eis que já cometi mais uma das minhas...! Se, porventura, a falta cometida fosse até mesmo um pecado, nesse caso considerai a humilhação que dele deriva como um justo castigo; e se a falta não fosse pecado, então aceitai-a para humilhação do vosso orgulho. Muitas vezes e até bem frequentemente, Deus permite que os seus maiores servos - aqueles mais elevados na graça-  caiam em alguma falha mais humilhante, quer para humilhá-los diante de si próprios e dos outros, quer para não lhes permitir que venham a cair em pensamento de vaidade devido às graças que lhes concede e ao bem que fazem, "para que ninguém possa vangloriar-se diante de Deus".

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Tirem proveito de pequenos sofrimentos

Tirai proveito mais de pequenos sofrimentos do que de grandes. O Senhor não considera tanto o sofrimento em si mesmo, mas sim a maneira como se sofre. Sofrer muito, mas sofrer mal, é sofrer como os condenados; sofrer muito e até corajosamente, mas por um causa má, é sofrer como um mártir do demônio; sofrer pouco ou até muito, mas sofrer por Deus, é sofrer como os santos.
Se é verdade que podemos escolher entre as cruzes, então deveremos optar, de modo particular, por aquelas menores e mais ocultas e que se apresentam ao lado de outras maiores e mais vistosas. Na realidade, é fácil para o orgulho humano pedir, procurar até mesmo escolher e abraçar as grandes e vistosas cruzes; porém, escolher e carregar alegremente as cruzes pequenas e escondidas só o poderá fazer aquele que for ajudado por uma grande graça e por uma grande fidelidade a Deus.
Comportai-vos, pois, como o comerciante em relação ao seu negócio: tirai proveito de tudo; não deixeis perder, seja o que for, da verdadeira cruz, ainda que seja uma simples picada de mosquito ou de um alfinete, ou a indelicadeza de um vizinho, uma injúria insignificante, a perda de alguns poucos vinténs, uma leve pertubação do espírito, um leve cansaço corporal ou uma pequena dor em algum dos seus membros, etc. Assim como o comerciante em seu negócio, vai ajuntando em seu cofre dinheiro sobre dinheiro, assim vós, também, procurai tirar proveito de tudo e depressa vos tornareis ricos diante de Deus. Até mesmo diante das mais pequenas adversidades dizei: "Bendito seja Deus. Obrigado, Senhor"; depositai a cruz acabada de aceitar, na memória de Deus que é, por assim dizer, o vosso banco; e, se vos lembrardes dela, que seja para dizer apenas: Muito obrigado, Senhor! Misericórdia! ( S. Luiz de Monfort)

sábado, 28 de janeiro de 2012

A Escola do Calvário

São Paulo da Cruz, um dos baluartes da Comunidade Filhos da Cruz, diz  que a Paixão de Cristo é uma santíssima escola, onde aprende-se a verdadeira sabedoria. Aí aprenderam todos os santos. Hoje percebemos uma procura por experiências de Poder de Deus, uma procura por aquilo que é milagroso e divino, enfim, manifesta-se a sede por Deus no coração do homem. E como nos primeiros tempos uns pedem sabedoria, outros pedem milagres. Mas como disse Paulo: Nós anunciamos Cristo e Cristo crucificado. Irmãos a escola dos cristãos ainda continua sendo O CALVÁRIO. Diante da modernidade, convidamos você a entrar nessa escola...
E um bom começo é meditar diariamente  a paixão de Cristo!

Tire as vestes de Luto

Texto base: Baruc 5,1-3.
Tira, Jerusalém, tua roupa de luto e humilhação e veste para sempre a formosura gloriosa, daquela glória que vem de Deus. Veste o manto da justiça que vem de Deus! Põe na tua cabeça a grinalda gloriosa do Eterno.
Deus vai mostrar o teu esplendor a tudo o que existe debaixo do céu.
A palavra nos convida a tirar as vestes de luto e a vestir os adornos, a veste gloriosa. Isso nos faz lembrar uma linda mulher que viveu em um tempo em que o povo de Israel estava sendo afrontado. O exército de Nabucodonosor estava afrontando o povo de Deus  que estava na cidade de  Betúlia e o comandante desse exército era Helofernes. Seu exército era de 72 mil soldados de infantaria e doze mil cavaleiros. Ameaçaram destruir o povo de Israel caso não se rendessem; E usaram a estratégia de barrar as nascentes que forneciam água para Betúlia e fazendo assim, após 34 dias o povo estava desfalecendo  de fome e sede...
A liderança de Israel já estava a ponto de entregar Betúlia  ao domínio de Helofernes. Isso seria uma grande vergonha; O povo que diz ter o único Deus vivo por protetor ter de se render a um exército de pagãos! Seria Deus incapaz de salvar seu povo?
Nesse povo havia uma mulher, uma fabulosa mulher, não somente por sua beleza, mas por sua fidelidade a Deus, sua vida de oração e sua vida reta.
Essa mulher era uma viúva, chamada Judite.
Desde que seu esposo falecera, permaneceu com as vestes de luto, sempre em sua casa, permanecendo em jejuns e oração.
Judite sabendo que a liderança de Israel estava a ponto de entregar a cidade aos inimigos, chamou a essa liderança em sua casa, exortou-os a  permanecerem fiéis ao Senhor e disse ainda que ela tomaria uma atitude em nome do Senhor.
Judite decide derrotar Helofernes. Ela clama ao Senhor e depois de sua oração tira suas vestes de luto, banha-se, unge-se com perfumes especiais, coloca um diadema em sua cabeça e todas as suas demais jóias que estavam guardadas até então e parte em direção ao exército inimigo expondo sua beleza, sua coragem e seu esplendor. Ao retornar, Judite  traz em uma sacola a cabeça de Helofernes. O exército inimigo não caiu pelas mãos de jovens soldados, mas  pelas mãos de uma mulher.
Essa mulher pode ser comparada a Maria que esmaga a cabeça da serpente. Mas pode também ser comparada a Igreja. A Igreja é chamada de Noiva (mulher).
Mas hoje temos visto uma noiva enlutada em seu quarto, uma Igreja (e quando digo Igreja estou falando de nós o povo de Deus comprado a preço do sangue do cordeiro) fria e sem coragem de evangelizar...
Mas é tempo de  olhar e perceber que os filhos estão morrendo de fome e sede de Deus, pois o inimigo tem  armado seu cerco e até mesmo detido algumas fontes, ou seja, homens e mulheres que eram evangelizadores, mas que hoje já não fazem mais medo ao inimigo e nem tem salvado almas, pois estão detidos por tantas realidades e com tantas desculpas...
Por isso quero exortar-vos a tirar as vestes de luto e de derrota  que tem detido você. É hora de banhar-se, receber de novo um batismo no Espírito Santo, ungir-se com uma nova unção, colocar seus adornos, ou seja, os carismas que Deus te deu e que estão guardados em algum canto.É hora de partir para o combate em favor dos nossos...
Levanta-te, banha-te, adorna-te, sê radiante, pois somos chamados a refletir a glória de Deus.
Não importa agora o que te levou ao luto, mas agora é o tempo de se levantar. Saia do desânimo, fique cheio do Espírito Santo, Deus nos dará a vitória.
E podemos dizer: Cabeças vão rolar, o povo será salvo e Deus será glorificado.


O que é uma Comunidade de Aliança

Uma Comunidade de Aliança se inclui no que hoje é chamado pela Igreja de Novas Comunidades. O documento de Aparecida diz que as Novas Comunidades são um dom para a Igreja. As novas Comunidades nascem a partir de um Carisma, entendendo por Carisma, uma face do mistério de Cristo que deve ser expressa ao mundo. Não estamos aqui falando "dos Carismas", que são manifestações extraordinárias do Espírito Santo.  Segundo Amadeo Cencini ( um dos iniciadores da psicologia da vida consagrada), carisma é a nossa identidade mais profunda, aquilo que somos chamados a ser. Uma Comunidade seja de vida comum, seja de Aliança (que é também chamada secular, pois vive a realidade do século) são pessoas que se consagram a Deus não numa consagração comum a todos os batizados, mas numa consagração marcada pelo Carisma. Este Carisma é que dará a Comunidade sua identidade, ou seja, seu modo de expressar e viver como também é o Carisma que dará a Comunidade sua missão. Portanto uma Comunidade existe primeiramente para ser. O fazer deve ser uma simples consequência.
Portanto, o que dá origem a uma Comunidade não é a vontade de fazer missão, ou de evangelizar junto com outras pessoas, mas é o Carisma. A essência de uma Comunidade é o seu Carisma!