terça-feira, 25 de agosto de 2015

CURA INTERIOR - SEMINÁRIO DE VIDA

SEMINÁRIO DE VIDA – SÉTIMA PREGAÇÃO – CURA INTERIOR

Nosso objetivo hoje, não é  fazer um estudo sobre cura interior, mas sim, preparar-nos para a oração. Precisamos entender o quanto  é importante para a nossa história a cura interior.
Vamos iniciar com um Texto bíblico: Col.1,21:
“Também a vós, que outrora, vivíeis  afastados e éreis inimigos, só pensando em obras más, agora no tempo presente, ele vos reconciliou, pelo corpo carnal de seu Filho, entregue à  morte, a fim de que possais comparecer diante dele santos e irrepreensíveis... Isso, enquanto permaneceis bem fundados na fé, sem vos desviardes da esperança dada pelo evangelho que ouviste, pregado a toda criatura debaixo do céu e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.

Paulo lembra aos cidadãos de Colossos a mensagem do evangelho e fala sobre a perseverança, a importância de ficarem firmes.
Paulo fala desse anúncio, da instrução dada para apresentar cada um perfeito em Cristo. (Col.1,2-29)
Também por essa razão temos tentado anunciar de forma clara e com conteúdo a mensagem do evangelho nesse seminário, pois queremos que você se torne perfeito em Cristo.
A noção que temos de uma pessoa perfeita é uma noção de alguém que faz tudo certinho; Mas quero convidá-lo a ver  isso de uma forma diferente.
Perfeito, per – feito, ou seja, acabado. Isso lembra a situação de uma casa, no que diz respeito ao acabamento. Uma casa per – feita, é uma casa acabada.
Paulo diz em Fil.1,6 que aquele que começou em nós a grande obra, há de levá-la ao bom termo até o dia de Jesus Cristo.
Nós temos então nesses dias ouvido a mensagem do evangelho e  espero em Deus que ao menos alguns de nós estejamos experimentando uma conversão genuína. Mas não podemos parar no ato da conversão. Temos um longo caminho a percorrer. Temos agora que irmos construindo e dando acabamento.
Gostaria que você hoje entendesse a cura interior como acabamento.
Muitos começam a sua história de conversão e não se importam com o acabamento. Jesus veio para salvar o homem total. Por isso o apóstolo Paulo diz em ITes.5,23: Que todo o vosso ser: corpo, alma e espírito, sejam guardados em Cristo. ( explorar a questão das feridas que bloqueiam a graça. Vida na carne e vida no Espírito)
Paulo sabia que o pecado original fez um grande estrago no ser humano. As emoções, o intelecto e  vontade, foram  feridos pelo pecado e se adoeceram. ( E se essas áreas não são tratadas, nos impedem de vivermos nos Espírito).

A igreja nos ensina que ao aceitarmos a mensagem do evangelho e sermos batizados, o pecado original é apagado, somos justificados, reconciliados, mas fica em nós as conseqüências  do pecado e dessas vamos também sendo salvos no dia-a-dia, num crescer constante.
A vida cristã é então uma construção na qual vamos, nós e o Espírito Santo, dando acabamento.
Vamos crescendo com Jesus. ( Lc 2,40; II Pd.3,18)
Esse acabamento precisa acontecer em 3 áreas:
Como pessoa – (amadurecimento e cura)
Intimidade com Deus
Conhecimento (Bíblico doutrinário)
A cura interior é fundamental para esse processo. A cura interior não é uma supervalorização dos traumas.
A cura se dá  na oração e pela oração, como também na vida e às vezes para ser curado se passa pelo sofrimento.
Esse processo é contínuo.
A cura interior pode ser ministrada ou acontecer na oração pessoal.
Ministrada, o nome já diz, quando alguém ministra a oração.
Pode também ser pessoal ou coletiva.
O uso dos carismas é de grande importância, pois o Espírito Santo vai mostrando onde está a enfermidade.
Não existe um método único para se orar por cura interior. Cada ministro vai sendo conduzido conforme o Espírito Santo o conduz.
O importante é não mexermos em feridas que não vamos curá-la...
Precisamos ser curados para que possamos de fato amar. Pois as feridas interiores nos impedem de amar a Deus e de amar o próximo...
Muitos dos problemas que acontecem na Igreja, movimentos, comunidades, grupos, pastorais, são problemas humanos e não espirituais. (culpamos o demônio....)
Além das feridas próprias do pecado original ainda temos os problemas familiares,  rejeições, perdas, baixa auto-estima.... Temos as feridas causadas pelos pecados pessoais, como vícios, impurezas, sensualidade, etc.
Em alguns casos, o inimigo estabelece uma espécie de fortaleza que precisa ser destruída. (IICor. 4,10)
Há então uma grande obra a ser realizada.
 Perguntas que nos ajudam a saber se precisamos de cura interior:
Você tem medos, além daquilo  que é o normal?
Tem um desejo intenso de ser abraçado, ou não quer ser abraçado de forma alguma?
Tem aversão pelo sexo oposto, ou não aceita o próprio sexo?
deseja não ter nascido?
Quem foi a primeira pessoa que você genuinamente sentiu que te amou? Responda com sinceridade. Se não foi pai, nem mãe, então é sinal de feridas...
Sofreu mágoas profundas... Perdas profundas.....

Abramos o nosso coração com uma grande expectativa de que Deus cure nossos corações.
Peçamos também que Ele nos conceda a graça de carismas necessários para esse momento de oração.
Oremos então...
Apresentar  todas as lembranças,...
Segue adiante uma oração que podemos fazer  por nós mesmos:
Oração para nossa condição mental.
Com o poder do sangue de Jesus, eu .... quebro os padrões de doença mental e insanidade codificadas em meu sistema  ancestral. Rogo, contra todo comportamento anormal e anti social, paranóico, esquizofrênico, padrões de agressividade, desordens da personalidade, hábitos compulsivos, hábitos nervosos.
No poder do sangue de Jesus,  no poder do nome de Jesus, oro contra toda inflexibilidade, irascividade, perfeccionismo, padrões maníacos depressivos, modos estranhos, comportamento anormal, desvio moral.
Senhor Jesus entre nessas áreas com vosso perdão e vossa paz.
Pai misericordioso, Deus de amor, que a saúde e a integridade mental sejam cravadas na minha linha de família. Que cada um tenha a mente de Cristo. Que tenhamos o pensamento claro, equilíbrio emocional e padrões sadios de relacionamentos.
Clamo o sangue de Jesus, por suas chagas, para nos lavar e nos libertar de todos os sombrios padrões de opressão emocional, opressão espiritual, opressão afetiva dentro da família; Me cure também de toda a incapacidade de brincar, se divertir e expressar alegria.

Jesus manso e humilde de coração, fazei meu coração semelhante ao vosso.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Senhorio de Jesus

Seminário de vida – O senhorio de Jesus – sexto tema
Atos 2,32.36:  De fato, Deus ressuscitou este mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas.  Portanto, que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes.
É  de Jesus, que morreu numa cruz carregando todos os nossos pecados e maldições; que recebeu sobre si o peso da Ira de Deus. Se fez maldição para que eu e você pudéssemos ser hoje uma benção. Ele pagou toda a culpa. A ponto de dizer; tudo está consumado. Foi descido da Cruz em rigidez cadavérica por aquilo que sofreu na cruz. Esse Jesus foi colocado no sepulcro, mas ressuscitou, está vivo e é o Senhor.
Queremos falar então de seu Senhorio.
Irmãos. Ao ouvirmos a mensagem do evangelho e dentro da mensagem do evangelho o chamado à fé e a conversão, aquele que crê e confia em Jesus para ser salvo, tem o seu coração transformado pelo Espírito Santo, abandona os pecados, pois o pecado já não tem poder sobre ele, volta-se totalmente para Deus abandonando os ídolos, velhos costumes, e podemos dizer: Deixa os senhores a quem servia e passa a servir agora o verdadeiro Senhor. Há uma troca de Senhores. Podemos dizer que quem se converte troca de senhores. (Rom.6,16)
E deixe eu te dizer, todos são escravos. As pessoas não gostam quando falamos disso, pois nós temos ainda uma mentalidade chocada com a história da escravidão. Falar de escravidão é ofensivo. Nossa sociedade é contra todo tipo de autoridade (policiais, políticos, etc). Mas nós já nascemos comprometidos com autoridades. E além das autoridades naturais dessa vida. Quando estamos sem Deus, vivemos sob a autoridade dos espíritos malignos. (Ef.2,2).
Vamos então conhecer um pouco sobre o Senhor a quem agora vamos servir e nos submeter.
Primeiro é preciso destacar que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Uma pessoa e duas naturezas. (Não um mesclado de Deus e homem).
Jesus é Deus tanto quanto o Pai e quanto ao Espírito Santo.
Por tanto podemos dizer que mesmo antes de o verbo se tornar carne e habitar entre nós, já era Senhor.
Jo. 1,1-3.14
Col. 1,15-17
Mas como verbo encarnado, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Ele se tornou Senhor de tudo.
Atos 2,36 – Deus o constituiu.
Fil. 2,9-11. Mt.28,18; Ef. 1,20-22
Toda a hostilidade contra o Senhor chega a ser cômica. (Sl. 2,6)
Jesus é a pedra vista pelo profeta Daniel:
Dan.2,34-35. 44-45;
A pedra Angular: Sl.118,22. Mt.21,42; IPd.2,7
Vamos comparar alguns textos bíblicos:
Daniel 7,13-14 com Ef. 1,20-22
Outra compração:
Gen.41,14 Dan.7,13 e Gen.41,44.
Por sua morte de Cruz, Ele venceu: Col. 3,14;  Rom.14,8-9.
Jesus é o Senhor quer queira ou não; quer se submeta a Ele ou não. Se não se submeter a ele agora, nesse tempo, irá se submeter no dia em que estiver diante Dele no julgamento.  Portanto não é  fazer de Jesus o Senhor, isso Ele já é. Mas a questão agora, é nos submetermos a Ele.
Como isso se dá na prática:
Primeiro a confissão sincera (Rom.10,9-10) (por obra do Espírito Santo ICor.12,3)
Segundo : submeter-se ao Senhor. Vida Ascética e vida mística. (Icor.9,25-27. ISam.8,10).
A vida cristã sem mística é um corpo sem alma. A vida cristã sem ascese é uma alma sem corpo.
Agora é tudo para Ele. ( Por que Dele, por Ele, para Ele são todas as coisas (Rom11,36))
Não mais servimos as falsas crenças, as superstições, e outras coisas. Agora não viveremos mais para agradar a nós mesmos, mas como escravos não somos donos de mais nada. Tudo o que temos e fazemos é do Senhor. Quer comais, quer bebais ou façais quaisquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. (ICor.10,31; ).

terça-feira, 11 de agosto de 2015

FÉ E CONVERSÃO

 – FÉ E CONVERSÃO-  Seminário de Vida. Quinta pregação.
Estamos caminhando na mensagem do evangelho... Muitos ao estarem num seminário de vida ficam na expectativa do dia em que se pede o batismo no Espírito Santo e isso não só por parte de quem participa do Seminário, como também por parte de quem organiza. Adquirimos esse costume de olhar o dia do batismo no Espírito Santo como o dia “D” do Seminário.
Todos os dias são importantíssimos, pois cada dia é a chance que temos para a verdadeira conversão.
Hoje é um dia especial também, pois é dia de decisões. Um dia de fazermos escolhas, escolhas que irão definir o restante de nossa vida nesse mundo, o modo como vamos viver e também a nossa eternidade, onde vamos passá-la.
Hoje são dois temas que se entrelaçam. E isso até gerou e ainda gera entre algumas denominações cristãs discussões teológicas  de qual dos dois vem primeiro: a fé ou a conversão. ( Eu tenho fé e aí me arrependo, sou regenerado e justificado ou sou regenerado e então tenho fé e arrependimento e então justificado?). Mas nós não vamos ficar preocupados tentando explicar esses acontecimentos.
A questão é que na ação do Espírito Santo e na resposta do homem, acontecem a fé e a conversão.
Ao  falar de fé de que fé estaremos falando?  Pois existem vários aspectos da fé.
Hoje é muito comum ouvirmos  falar da fé carismática, que é a fé expectativa, a fé para milagres, curas e prodígios. Essa fé é um Carisma.
Há ainda a fé teologal ou doutrinária que é crer nas verdades reveladas à Igreja. Então como católicos cremos na doutrina e nos dogmas e se não crermos estamos excomungados.
Há também a fé como virtude, quando dizemos por exemplo quando uma pessoa ao passar por muitas tribulações, ainda sim permanece firme. Então dizemos que essa pessoa é uma pessoa firme na fé, uma pessoa de fé... Essa fé é a fé como virtude.
Todos esses aspectos da fé são importantes, mas dentro da mensagem do evangelho há um aspecto diferente. E esse é o nosso assunto agora.
Tanto a fé como o arrependimento (conversão), não tem sua origem no homem, mas em Deus.
Uma maneira de entendermos:
“Uma pessoa que ainda não se converteu está vivendo sua vida, independente se está na Igreja ou não; mas se não se converteu é um perdido. Mas essa pessoa ouve a mensagem do evangelho e por graça passa a ver a Deus como nunca havia visto; Passa a conhecer seus atributos de santidade e justiça e ao mesmo tempo começa a se ver com nunca havia visto antes: como um pecador, um condenado...
E isso o leva então ao arrependimento, mas essa pessoa não vai embora, pois junto  com essas convicções que são dadas pelo Espírito Santo lhe é mostrada também a graça de Cristo  na Cruz.  E quanto mais ela se vê  perdida e pecadora, por incrível que pareça se sente mais amada. O que essa pessoa faz? Ela vai se corrigir e praticar obras para então agradar a Deus? Não. Ela crê. Crê em tudo o que Jesus fez por ela na cruz do Calvário. Essa pessoa confia em Jesus e então é reconciliada com Deus,  é justificada por Deus, seus pecados são expiados, ela é  redimida, o seu coração transformado e agora por ter coração novo, vai dia após dia adquirindo uma nova mentalidade e passa a praticar sua vida nova com obras novas, comportamentos novos... E isso vai crescendo, e aquele que começou a obra a levará a bom termo até o dia de Jesus Cristo...”
A partir do exemplo podemos então entender o que é fé.
Heb. 11,1: A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêm.
Como posso ter certeza de algo que não vi? Por que Deus revelou na sagrada escritura. Como posso estar convicto de coisas que espero? Pela revelação do que Deus prometeu. Fora disso é tolice!
Se eu tiver certeza a respeito de algo que Deus não prometeu, isso não é fé.
Descrença é quando eu não creio no que Deus prometeu em sua palavra.
O que então é ter fé? É crer no que Deus disse, e no nosso caso, no que Deus disse a respeito da salvação.
Exemplo de fé: “Abraão” o pai da fé. Rom. 4,19-22.
Trazendo isso para a realidade do Evangelho: você ouve a  mensagem do evangelho; você olha para você e o olha para Deus e conclui que como Abrão você não pode fazer nada para ser salvo. Aí você olha para as promessas de Deus em Jesus e se lança nele com toda confiança.
Entenda não é uma obra do raciocínio, é uma obra do Espírito Santo a partir do ouvirmos a mensagem do evangelho.
Então passo a conhecer a verdade e passo a acreditar nele, a confiar nele e a depender Dele.
Você não mais confiará no que você faz na obra de Deus, nem nos seus esforços, nem por causa de alguém, mas unicamente em Jesus Cristo.
Por isso Paulo fala da revelação do Evangelho (Carta aos Efésios); Essa tem sido minha oração nesses dias. Para que Deus  nos revele o Evangelho.
A questão da revelação do Evangelho é importante,  pois às vezes ao pregar o evangelho ouço as pessoas dizerem assim: agora vou pegar firme, vou fazer isso e aquilo, mas o que deveríamos ouvir, é: agora vou para o calvário, pois é o único lugar de refúgio para mim. Agora vou me lançar em Jesus, pois não tenho outro lugar para ficar a não ser aí...

E quando então vamos a Ele em fé e arrependimento acontece em nós uma mudança interior que nos leva a produzir frutos de arrependimento.
Tudo isso é graça: Ez. 36,25-26.
Mas a conversão tem participação do Homem? Sim. Jer. 15,19.        

Três palavras que traduzem arrependimento ou conversão:
- metanoeo: uma mudança de mentalidade (Mt.3,2; Mc.1,15)
-metanolomai: mudança de coração ( Mt.21,10-32; Heb.7,21)
-metanoia:  mudança  no curso da vida (Mt.3,8; 9,13 e At.20,21)
Sinais de uma verdadeira conversão:  - (Ex. de Paulo)
-Mudança de Mentalidade: Fil. 3,7-9 –
-Tristeza pelo pecado:  Esd. 9,5-6; Ez.20,43; II Cor.7,9-10.
-Reconhecer e confessar: Os.14,2; IJo.1,8-10; Sl. 32,5
-Desviar-se do pecado: Ez.14,6; Ez.33,11; At.19,18-19; IPd.4,3
-Obediência a Deus: Mt.7,21.
O que precisamos fazer então hoje:
Crer e confessar: Rom.10,6-10
Viver uma vida de entrega  como sacrifício vivo: Rom.12,1 e Rom.6,11-22.
Volto a lembrar que a conversão que leva a vida  (At.11,18) não é somente correção de atos morais... A conversão que leva a vida é carregada de graça e poder de Deus. Há uma troca de coração. Isso mostra então que pode haver falsas conversões:
Por medo: (Atos. 24,25) Felix
Racional: Rei Agripa. Atos 26,29
Poderíamos ainda falar dos falsos arrependimentos como o do Faraó (Ex.9,27),  ou o arrependimento de Judas... mas penso que o que já foi dito é suficiente.
Peçamos pois a graça da verdadeira conversão....


terça-feira, 4 de agosto de 2015

-Seminário de Vida - Salvação

QUARTA PREGAÇÃO SEMINÁRIO DE VIDA – SALVAÇÃO –
Quero lembrar de algumas coisas que nós já dissemos aqui:
1-    Precisamos ouvir a mensagem do evangelho e entendê-la; não nos basta sermos religiosos e termos vida reta. ( Ex. Cornélio Atos 10,1 e Atos 11,13-14). (Rom.10,17; ICor 1,21)
2-    Deus tem por nós, por cada um de nós um amor que não dá para medir. Ele teria todo o direito de nos ter destruído, mas por ser amor em sua essência, sem deixar de lado sua justiça, mostrou sua misericórdia para conosco enviando seu Filho para morrer na cruz por nós. Assim mostrou ao mesmo tempo seu amor e sua justiça. (Justiça e paz se abraçarão, diz o salmista e é isso que acontece na cruz).
3-    Sem Jesus o homem está em profunda desgraça, é um escravo das trevas, um perdido, um maldito... e se não crer em Jesus Cristo continua sobre ele  a ira de Deus.
Hoje vamos falar do grande acontecimento: “A Salvação”
Isso deveria despertar em nós uma grande Alegria, uma expectativa.
Quero começar com um versículo de Jo. 3,14: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem afim de que todo o que nele crer tenha a vida eterna.
Você se lembra do que está narrado no Livro dos Números (21,4-9); o povo estava se revoltando contra Deus e como penalidade  foi-lhes enviadas serpentes e muitos estavam morrendo por causa do veneno. Moisés foi orar e Deus lhe mandou que fizesse uma serpente de bronze e todo aquele que fosse picado pelas serpentes, deveriam se voltar para a serpente de bronze que estava levantada num poste e seriam curadas.
Assim as pessoas eram curadas olhando para um símbolo de seu pecado e sua penalidade.
E Jesus nos disse que da mesma forma Ele seria levantado.
Quero unir o que Jesus disse em Jo.3,14, com II Cor. 5,21: “Aquele que não cometeu pecado, Deus o fez pecado por nós.”
Como na serpente de bronze está a representação da culpa e da pena dos pecados do povo, em Jesus está, não simbolicamente, não alusivamente, mas de maneira real todo o peso da culpa, todo pecado de cada um de nós.
O  pecado de primeiro homem e o último pecado cometido até a volta de Jesus, caiu sobre Ele naquela Cruz.
Em Gal.3,10-13, fala da questão de ser maldito o que não cumpre integralmente a Lei e diz que Ele se fez maldito para nossa salvação.
Toda maldição que era para cair sobre nós caiu sobre Ele na cruz.
Observe as maldições que estão descritas em Deut. 27 e 28 sobre os que não cumprem os mandamentos. Todas essas maldições, caíram sobre Ele...
Por isso Is. 53 é tão real.
Em tudo o que Jesus experimentou, Ele estava nos salvando. Em cada uma das suas chagas estão nossos pecados.
Ele revelou a santa Faustina que na flagelação o que estava ferindo ao Senhor eram os pecados da impureza... (Os meus e os seus) (Diário S. Faustina 445)
Estávamos todos perdidos, Foi então que o Senhor fez cair sobre ele o peso dos pecados de todos nós (Is.53,6)
E se Jesus disse que da mesma forma que Moisés levantou a serpente no deserto assim seria levantado o filho do homem, então podemos entender que da forma que as pessoas ao serem pecados pela serpente se voltavam para a serpente de bronze e eram curadas, assim se eu e você ao estarmos feridos pelo pecado,  condenados a morte, se olharmos para Jesus Crucificado então temos a cura, a salvação...
Mais do que se voltar para uma imagem, mas nos voltarmos para o Filho de Deus que foi levantado no madeiro. (Lembro aqui o que Paulo disse aos Gálatas. (Gal.3,1)). A cruz é atual.
Então venha para a Cruz de Cristo se você é um pecador. Venha, se você se reconhece um pecador, venha ainda que só tenha um pouco de arrependimento, venha...
Não há outro lugar, não há outro meio de ser salvo fora da Cruz de Cristo. (Atos 4,12)
Três coisas andam juntas nessa salvação: Da parte de Deus a grande Misericórdia e graça; da parte de Cristo, a satisfação da justiça de Deus, da  parte do Homem, arrependimento e fé.
Toda nossa sujeira pode ser lavada no sangue do Cordeiro. Você se lembra de um versículo que usamos aqui (Jer.2,22) onde diz que ainda que se use os mais fortes produtos de limpeza, eles são inúteis para nos purificar; Mas no livro de Apocalipse nós temos uma visão do céu e aparecem ali uma multidão de vestes brancas e palmas nas mãos e o texto diz que os que estão de vestes brancas são aqueles que lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do cordeiro. (Ap.7,13-14).
Jesus nos salva perdoando nossos pecados, livrando-nos do poder do pecado e da presença do pecado.
Alguns usam aqui três expressões: “perdão, santificação e glorificação”

Quero falar sobre 4 termos que expressam  a obra da salvação. Lembrando que embora expressem a obra da salvação, não esgotam o assunto.

1-    Expiação ou propiciação. (O termo nos remete ao Templo)
Rom.3,25:
Instrumento de expiação (CNBB)
Vítima de propiciação (Ave Maria)
Propôs  para ser propiciação (J.F.A.)
Deus ofereceu  Cristo como sacrifício para que, pela sua morte na Cruz, Cristo se tornasse o meio das pessoas receberem o perdão dos seus pecados pela fé nele. (Bíblia Linguagem de Hoje)
IJo. 2,1-2:
Ele é oferenda de expiação pelos pecados (CNBB)
Ele é a expiação por nossos pecados (Ave Maria)
Ele é a propiciação (J.F.A.)
É por meio de Jesus Cristo que nossos pecados são perdoados (Linguagem de Hoje).
IJo.4,10 – o mesmo.
Mas que é propiciação ou expiação. Essas expressões nos remetem ao templo.
Expiar: reparar (crimes ou faltas) por meio de penitencias ou cumprindo pena.
Propiciação: agir de forma a tornar propício, favorável. Tem a ver com aplacar a ira.
A questão aqui não é discutir os termos, isso cabe aos exegetas e teólogos.
O importante é que os dois termos têm a ver com sacrifício pelos pecados. Jesus morreu no nosso lugar.
2-    Redenção – Nos remete ao comércio.
Redimir é comprar ou comprar de volta, quer como numa transação  comercial, quer como um resgate.
A palavra grega lytroo (redimir) e aplolytons (redenção) derivam-se do lytron (um resgate ou o preço da soltura).
Alguém pagava o preço necessário para libertar a propriedade da hipoteca, os animais do matadouro e as pessoas da escravidão, até mesmo da morte.
Jesus veio para dar a vida em resgate por muitos. (Mc.10,45)
O preço foi o próprio Cristo. Deu-se a si mesmo. (I Tim.2,6; Tito 2,14; I Pd.1,18-19. Gal.4,4-5).
Por tanto se você  vem para Jesus em arrependimento e fé, você se torna livre.
Se o Filho vos libertar, será verdadeiramente livre. (Jo.8,36)
Uma ênfase da redenção: além da difícil situação da qual fomos resgatados e do preço pago pelo resgate, agora aquele que pagou o preço tem direito de posso sobre sua compra.
(Atos. 20,28; Ap.5,9-10. ICor.6,18-20).
Agora podemos entender a quem Jesus pagou o preço.

3-    Justificação – nos remete ao campo jurídico.
Justificação é uma declaração forense. (Rom.4,45; Rom.3,24)
É o oposto de Condenação. (Is.53,11)
É maravilhoso que Deus torne justo aquele que é ímpio.
Só o pode fazer pela obra da Cruz. É Deus quem os justifica (Rom.8,23).
A Fonte: sua graça; foi imerecido.
Fundamento: justificado no seu sangue (Rom.5,9)
Agora quando Deus olha para o pecador arrependido, Deus não lhe faz pesar a responsabilidade  de seus pecados, mas o vê como justo, a justiça de seu Filho Jesus é dada ao pecador.
O meio é a fé e o arrependimento.
Declaração conjunta de Católicos e Luteranos:
Justificação significa que o próprio Cristo é nossa justiça, da qual nos torna participantes através do Espírito Santo segundo a vontade do Pai.
Confessamos juntos: somente por graça, na fé na obra salvífica de Cristo,  e não por causa de nossos méritos, somos aceitos por Deus e recebemos o Espírito Santo que nos renova os corações e nos capacita e chama para as boas obras.
Somos justificados somente por Cristo ao recebermos essa salvação na fé. A própria fé, por sua vez, é presente de Deus através do Espírito Santo, que atua na palavra e nos sacramentos.
4-    Reconciliação – nos remete ao campo Familiar.
II Cor.5,18-21;  Rom.5,9-11;  Col.1,21ss
Deus é o autor da reconciliação.
Quero lembrá-lo do que dizíamos sobre a inimizade com Deus por causa da condição de pecadores (Is.63,1). Mas na Cruz fomos reconciliados.

Essas 4 expressões significam uma única realidade: “ A salvação realizada na Cruz do Calvário.”
Ele já fez tudo por você.... Ainda que não recebêssemos mais nada de Deus, deveríamos ainda sim, sermos gratos por toda a eternidade.
Amem!