sábado, 22 de abril de 2023

 



Duc in altum...  (Lc.5,4)

Faze-te ao largo, diz o texto, mas numa versão mais popular, estamos acostumados a ouvir: "avancem para as águas mais profundas".

Penso que aqueles que estão na igreja envolvidos em movimentos ou pastorais, já ouviram algum sermão sobre esse texto. Aqueles que participam ou atuam na Renovação Carismática Católica certamente  já ouviram ao menos uma pregação com esse texto ou já pregaram sobre esse texto. Um texto usado em momentos em que se que despertar os ouvintes ou leitores para a missão.

Esse texto é usado quase sempre para argumentar que devemos ir um pouco mais adiante, devemos ir além, devemos fazer mais do que temos feito.  E não só argumenta-se que devemos ir ou fazer, mas que podemos ir e fazer mais e que diante das situações atuais, nós cristãos temos de nos entregar mais, nos consagrar mais, nos doar mais, investir mais, enfim: "duc in altum,  uma ordem: avancem para as águas mais profundas"...

Somos nesses momentos levados a refletir sobre a sociedade atual e que temos de ir além, irmos para as realidades da sociedade para aí pescar almas....

Mas quero aqui trazer uma reflexão com uma visão um tanto controversa e  me perdoem os teólogos ou exegetas de plantão, mas sigo com o mesmo tema; Duc in altum; acompanhe-me na reflexão....

- Jesus deu uma ordem: "Faze-te ao largo" ou  "Avancem para as águas mais profundas". Onde Jesus disse isso e a quem Jesus disse isso?

Eles estavam à margem e Jesus disse a Pedro, um  experiente pescador.

Quando disse a um pescador  estando à margem para ir para as águas mais profundas, Jesus não estava dando um ordem para fazer algo além do que Pedro já estava acostumado a fazer, visto ser Pedro um pescador experiente. Partindo então dessa ideia penso eu que podemos aqui construir uma reflexão interessante, pois estamos em uma época em que todos cobram de nós que sejamos extraordinários, que sejamos proativos, dizem que temos de fazer a diferença. E isso tanto no mundo profissional como também na Igreja. As crianças hoje já sofrem a pressão de serem as melhores, até mesmo as propagandas de escolas particulares dizem que preparam os seus alunos para as melhores faculdades. Nas empresas você tem dar o seu melhor... E dizem ainda que podemos chegar onde queremos visto que só de depende de nós. Alguns professores chegam a dizer que você é quem escolhe onde você quer trabalhar  e o quanto você quer ganhar, visto que "você pode, você é capaz" e no fim temos hoje um grande número de deprimidos que descobrem  entre duras penas que não é assim que funciona a vida...

Também na Igreja, falsos profetas anunciam: "o Senhor está levantando aqui pregadores, missionários, ministérios..." e mais: "estou lançando uma palavra profética para sua vida, você vai vencer, a promessa vai se cumprir, está demorando só porque Deus está caprichando..." e segue: "Deus te escolheu para obra, Deus tem um propósito para sua vida, você é um escolhido.." 

Tudo isso tem gerado a chamada sociedade do cansaço...

Mas voltando ao nosso texto: Duc in altum.

Penso que a frase dita por Jesus, poderia ser dita da seguinte forma  (e me perdoem novamente os teólogos de plantão): "Pedro, leve o barco até onde você está acostumado a pescar", Pedro agora sob minha ordem faça o que você já fazia antes...

Como certa vez li em algum livro: "Talvez quando começarmos a viver a fé na  vida comum, o extraordinário começará a acontecer".

Jesus não pediu para Pedro algo extraordinário, mas pediu o comum. 

Minha reflexão então é que hoje muitos estão fugindo da vida comum como que caindo em uma armadilha, querendo viver algo extraordinário, fantasioso, a ponto de alguns terem problemas familiares com seus cônjuges ou com seus filhos, visto que se imaginam em dar voos tão altos, sem terem asas para tanto.

Já vi casais sofrendo, já vi pais sofrendo com seus filhos, já vi muitos que passaram por mim em alta velocidade em "ministérios" dentro da igreja acabarem ou voltando para a vida velha de pecados ou ficando frustrados e deprimidos, quando não revoltados com a igreja e com os irmãos...

Não estou dizendo que não exista chamados para ministérios específicos, de maneira nenhuma estou afirmando isso, mas estou aqui levantando a bandeira de que não só podemos, mas devemos viver o evangelho, com todo seu poder, com tudo o que graça do batismo no Espírito Santo nos proporciona, na vida comum...

Ah! quando nós, todos nós, batizados e batizados no Espírito Santo, começarmos a ser santos em casa, santos no trabalho, santos na escola, ou seja, na vida comum, e aí na vida comum começarmos a orar por curas e milagres, aí na vida comum começarmos a sermos de verdade testemunhas, carregando a cruz do dia a dia, com paciência e alegria.... penso que coisas extraordinárias começarão a acontecer...

Mas é comum dos cristãos carregarem a "cruz" todos os dias...  Se vivermos  uma vida de fantasia na fé, a hora quem que o sofrimento bater em nossa porta, a hora em que a cruz pesar, seremos apenas pessoas frustradas...

Avancemos para as águas mais profundas, vamos sair das margens e vamos para nossa vida comum cheios do Espírito Santo... nesses lugares onde todos nos conhecem ( e talvez esse seja o problema para alguns), aí  onde antes já era o comum de nossa vida, mas agora  nós vamos viver o comum sob a ordem de Jesus.... então tudo será diferente. Era muito comum para os discípulos experimentarem o extraordinário todos os dias... 



terça-feira, 6 de novembro de 2018




COMBATENDO OS “MONSTRÃO” SUGADORES DE VIDA



Outro dia tive um sonho no qual lutava contra os “monstrão” sugadores de vida.
Sua aparência era terrível, era enorme, feio, com grandes garras através das quais sugavam vida.
Eram vários, muito embora esteja aqui usando o singular monstrão, pois em meu sonho assim os chamava.
Em meu sonho, os monstrão causavam muito medo, mas ainda assim, eu estava lutando contra eles.
Em meu sonho eu comecei a derrotar os monstrão e aprendi como derrota-los.
Entendi também que os monstrão estão por aí, atacando-nos todos os dias. Eles querem levar suas vítimas à prisão, da qual falarei depois.
Pretendo então com essas poucas páginas poder ajudar algumas pessoas a derrotarem os monstrão sugadores de vida.
Não é um livro, nem são aprofundados cada enfoque. Mas são pistas práticas que podem ajudar. Até porque, quando se está em luta contra os sugadores de vida, dificilmente se consegue ler grandes volumes.

QUEM SÃO ELES?
Há quem diga que os monstrão, nada mais são do que nosso inconsciente, como se os monstrão nada mais fossem que parte de nós, nossa verdade, coisas mal resolvidas que estão brigando para vir a tona e nossa luta com essas realidades nos fazem gastar tanta energia que vamos sendo sugados.
Há uma verdade nisso e qual de nós que não tem dores guardadas no inconsciente? Uns mais, outros menos...
Você verá que a tática para derrotar os monstrão servirá para todas as espécies de monstrão.
Em meu sonho, os monstrão eram de natureza espiritual e possuíam uma identidade, um jeito próprio de agir.
Não estou dizendo que devemos ver demônio em tudo. E na maioria das vezes se torna muito difícil discernir a natureza dos monstrão. Digo então que o importante é combate-los, pois eles são sugadores de vida...
O discernimento da natureza dos monstrão facilita o combate, mas não se preocupe caso não saiba sua natureza; no tempo certo saberá.
É importante não ter medo de observar para conhecer o tipo de monstrão com o qual está lutando.
Por falar de medo, quem sabe um dos monstrão que tem sugado sua vida seja o monstrão do medo.
Não se desanime, como a tática para a luta é a mesma, pode começar a lutar e à medida que vai lutando terá o discernimento.

OBSERVAÇÕES:
Quero dizer ainda que se você não tem condições de lutar sozinho, você pode e deve pedir ajuda a alguém de confiança (seja um amigo com maturidade, um diretor espiritual ou ainda um profissional).

Uma observação importante é não se expor a todos. Nem todos precisam saber que está em guerra com os monstrão. Mas quando você expõe o monstrão a um amigo ou a um profissional que estará te ajudando, esse monstrão perde um pouco de tamanho e força, o que não significa que a quantos mais você expor mais ele diminuirá, nesse caso ele pode até se multiplicar.

Em meu sonho aprendi que apenas fugir dos monstrão, não nos garante a liberdade. E pode acontecer que de vez em quando  ele nos arranhe e vá sugando aos poucos nossa vida e como não os enfrentamos, eles vão também crescendo e se tornando mais fortes.
Necessário é portanto, a decisão de enfrentar os monstrão. Por isso é preciso de determinação e uma tática, um plano, uma estratégia...
Não quero de maneira alguma dizer que o que trago aqui seja a melhor tática, mas o que trago até você é uma tática que colocada em prática pode te ajudar a ter vitória sobre os monstrão que têm sugado sua vida.

A PRISÃO
Os sugadores de vida querem nos levar cativos para uma prisão e lá nos deixar até morrermos.
Essa prisão terrível tem um nome: “depressão”.
Certamente conhecemos alguém que está ou esteve nessa prisão...
Se conversar com essas pessoas saberá os horrores que experimentam
É uma prisão terrível que para os que estão dentro parece impossível a fuga ou a saída para a liberdade. Até porque  é uma prisão sem paredes ou grades, sem janelas ou portas, sem piso e sem teto.
Muito embora, saiba-se que se está no fundo, não há escadas para subir...
É uma prisão invisível aos olhos de quem está de fora e por isso não compreendem os que estão dentro.
Os cativos dessa prisão são sugados constantemente e quanto mais se enfraquecem, mais a prisão se torna fortificada e guardada por diversos monstrão que vão amedrontando, ameaçando e fazendo uma verdadeira tortura...
Há alguns que estando nessa prisão são ameaçados por monstrão que falam de morte, doenças, desanimo, medo..., e essa é a razão que muitos ficam com medo até da própria sombra.
Mas não quero aqui ficar destacando a características dessa terrível prisão.
Quero dar-lhe uma palavra de esperança. É possível vencer os monstrão e sair da prisão. Até mesmo para aqueles que estão na prisão a muito tempo e de certa forma já se acostumaram com os monstrão.
Quando você entra nessa prisão, você está sozinho, mas ao vencer os monstrão e sair da prisão, certamente você pode ajudar muitos outros...
Portanto, anime-se, vamos começar a entender como combater os monstrão.

COMO VENCER OS MONSTRÃO
POSTURA DE DECISÃO
Em meu sonho percebi que ao decidir lutar os monstrão já eram como que golpeados. Quando me viram decidido a combate-los, eles reagiram como que perdendo forças.
Primeiro passo, portanto, é assumir uma certa postura de quem está decidido. Não se preocupe com o quanto de força você tem, se será capaz ou não. O importante é não fugir e não se entregar ao cativeiro da depressão.
E ainda que já esteja lá, o primeiro passo é esse: postura de decisão.
Para te ajudar nessa tomada de decisão, agarre-se a algo que dê sentido à sua luta. Sempre há algo pelo que lutar. E quando se tem algo pelo que lutar, acha-se forças para prosseguir.
Pessoas há que venceram os campos de concentração, mesmo em meio as terríveis coisas que diariamente experimentavam, porque a cada dia buscavam um sentido para viverem...
Decidir lutar, por você mesmo, seus sonhos, seus projetos. Lute por que alguém espera você do lado de fora da prisão e sempre há alguém: filhos, pais, amigos, cônjuge e ainda que todos tenham desistido (ou assim você pense), sempre há alguém do lado de fora da prisão esperando para abraça-lo.

MEMÓRIA, INTELIGÊNCIA E VONTADE
Na dinâmica do combate contra os monstrão, será necessário fazer uso constante dessas três faculdades que nos foi dada por Deus.
Usar a memória, lembrar-se de como é estar fora da prisão, como é dar uma gargalhada, rir de pequenas brincadeiras e para isso pode-se conversar com alguém que te ajude a lembrar de seus sonhos e projetos para o futuro...
Usar a inteligência,  fazer uso da razão no que diz respeito ao primeiro passo, quanto ao motivo pelo qual lutar e pela inteligência concluir que não está tudo acabado e ainda não chegou ao fim. Pela inteligência esquadrinhar a própria história para descobrir onde tudo começou...
Usar a vontade, ainda que muito pequena, quase imperceptível, mas usá-la para iniciar o combate.
Um bom exemplo do uso das três faculdades foi o filho pródigo que estando longe de casa, sem amigos, cuidando de porcos e nem sequer podendo se alimentar da comida dos porcos, fez uso da memória lembrando-se da casa paterna, usou a inteligência dizendo: vou voltar e ser como um empregado. Usou a vontade, mesmo enfraquecido, mesmo fedendo à porcos, mesmo sem saber se daria certo, levantou-se e foi...

DANDO NOME AOS MONSTRÃO
Em meu sonho percebi que era necessário dar nomes aos monstrão para poder vencê-los. Mas não se trata de dar nomes como se dá nome a um animal ou coisa, mas um nome que o identifique.
Por isso é preciso observar o monstrão que está sugando a vida e ver suas características, e sem medo dar-lhe um nome.
Se estiver lutando com diversos monstrão identifique-os. Lembrando que o monstrão não é uma pessoa, portanto, não queira culpar alguém...
Em meu sonho, antes que acordasse pude identificar e dar nome a um monstrão: “Tristeza” era o nome dele.
Esse monstrão é terrível. Suas garras são enormes e cheias de veneno  e quando nos atinge nos envenena e faz gerar em nós três tumores: o tumor da culpa, o tumor de vítima e o tumor da perda.
Esses tumores vão crescendo e comendo tudo ao redor.
O tumor  da culpa leva-nos  a olhar a história de nossa vida e faz parecer que tudo é nossa culpa.
O tumor de vítima, nos infecciona a ponte de vermos todos contra nós, nos leva ser o coitadinho, passamos a ver que até Deus está contra nós.
O tumor da perda nos leva achar que tudo  já era, que até perdemos tempo tentando, nos leva a ver  as perdas de nossa vida com lente de aumento, dando-nos a impressão  que o problema foi a perda do ente querido,  que o problema foi a perda do casamento, a perda do emprego, etc...
Os três tumores se misturam e com eles perco o desejo de viver, me cuidar, etc.
Penso que você está entendendo, é preciso dar nome aos monstrão.
-Uma observação: às vezes os monstrão se aproveitam de uma perda em nossa vida, ou de uma situação da qual somos vítima ou ainda de algo errado que fizemos e no sentimos culpados para a partir dessas realidades começarem a sugar nossa vida... E aqui tenho que dizer que os monstrão de natureza espiritual são especialistas nisso. Nos forçam a cair e quando caímos nos acusam, nos oprimem como vítimas e nos levam a ficar até contra Deus quando temos grandes perdas...


ENCARE-OS COM CORAGEM
Há pessoas que são perseguidas pelos monstrão durante toda a  vida e  nesse tempo fogem. E se você foge e não encara os monstrão, eles vão crescendo  e se multiplicando.
Pode ser que a princípio seja um único monstrão, mas quando não é encarado, ele se torna chefe e recruta outros para também perseguir e sugar vida.
Pessoas há que hoje estão em combate com muitos monstrão por não terem encarado o  primeiro, o chefe.
Não se preocupe se hoje, você não consegue saber qual é  o monstrão chefe, comece encarando os que você consegue identificar.
Algo que pode com certeza ajudar, é escrever  a história de sua vida, lembrando detalhes.
Escreva, escreva muito,  e sempre pedindo que Deus te ajude.
O conversar com alguém pode também te ajudar a identificar o monstrão e a encará-lo. Talvez nesse processo seja necessário um profissional que o auxilie a encarar o monstrão e até mesmo para saber quando ele surgiu...
O importante é não fugir...

COLOCANDO O CAPACETE ESPECIAL
Uma coisa em comum nos monstrão é querer atingir  a região da cabeça.
Quando atingem a cabeça nos faz entrar num estado de “não futuro”. Como se o futuro não existisse, como se o futuro fosse um abismo negro.
Quando o monstrão nos convence que não há futuro, nós paramos de lutar e nos deixamos levar para a prisão. Dizemos: pra que lutar? Nada vale a pena...
Na região da cabeça, não estão apenas nos pensamentos, mas outras realidades importantes que os monstrão querem atingir: olhos, ouvidos e boca.
Em sua astúcia o monstrão sabe que se golpear nossa cabeça, se colocar suas garras em nossa cabeça, injetará aí seu veneno que infectará os pensamentos que passaram a nos atormentar; infectará nossos olhos fazendo-nos  enxergar tudo sem cor e  sem vida; infectará nossos ouvidos nos levando a ouvir sugestões das mais terríveis e infectará nossa boca e aqui de duas maneiras: primeiro quanto a alimentação, levando-nos a não comer nada ou a comer de mais; segundo quanto as palavras fazendo-nos a proferir só palavras negativas.
O capacete especial não apenas nos protege contra os ataques dos monstrão, mas ainda que já tenhamos sido atingido por eles, o capacete tem um poder de cura.
Talvez queira saber que capacete é esse. Esse capacete é a “esperança”.
É assim que o apóstolo Paulo a chama em uma de suas cartas.
A esperança faz com que o futuro altere o presente, mas nos leva também a querer o futuro.
Esperança não é um pensamento positivo, e sei que para aqueles que o monstrão já atingiram a cabeça, parece que esperança não existe.
Esperança não é um talvez vai dar certo.
A esperança está fundamentada numa certeza. Vai dar certo, por isso eu tenho esperança.
A esperança me leva a atitudes. Como a namorada que saber que o namorado vai chegar e por que tem certeza que virá, ela se arruma, se prepara para recebe-lo. Essas atitudes é atitude de esperança.
Portanto esperança não é algo nos  pensamentos somente, mas gestos concretos, atitudes a serem tomadas: ouça boas músicas, faça um esporte diferente, sirva...

O ESCUDO DA FÉ
A fé é o fundamento da esperança.
Para vencer os monstrão é preciso se agarrar a fé. A fé é um escudo para vencer os dardos inflamados dos monstrão.
Quando falo de fé como escudo para vencer os monstrão, não estou falando de doutrina, mas do essencial da fé.
Em tempos de crise não se discute doutrina, mas se agarra ao essencial da fé.
Agarre-se ao que Jesus fez por você na cruz. Ao amor que tem por você. Agarre-se ao que Deus diz que você é, não ao que o monstrão diz em seus ouvidos.

O CINTO DA VERDADE
Muitos começam ser atacados pelos monstrão  por esconder uma verdade, por fugir  da verdade, por não dizer a verdade.
Na luta contra os monstrão, temos  que colocar o cinto da verdade.
Primeiro a verdade sobre nós mesmos. Há quem viva  uma mentira durante  anos de sua vida e sem que percebam vão criando um monstrão que em determinado momento surge para sugar a vida.
Podemos até dizer que há um monstrão chamado mentira e é um grande sugador de vida. Pois leva-nos  quando consegue a  um estado de não termos uma história própria, a perder a própria identidade. A identidade está intimamente ligada à nossa verdade pessoal.
O monstrão da mentira quer nos enganar a ponto de vivermos à partir de uma falsa imagem de nós mesmos, a viver conforme nos rotularam, ou ainda a viver uma falsa imagem só para sermos aceitos... Em outros momentos os monstrão da mentira se fazem parecer grande para nos amedrontar, quando na verdade são pequenos. Quando vivemos a verdade eles são desmascarados.
Muitos riem em público, falam, brincam, mas quando estão  a sós choram, percebem o quanto estão sendo sugados pela mentira.
Enfrentar o monstrão mentira exige que vivamos a verdade. Não significa ser grosseiro, atingindo a outros, mas buscando  sempre conhecer nossa própria verdade. Não tenha medo de encarar a você mesmo. Pois muitos querem encarar os monstrão e guerrear contra eles, mas não vivem a verdade ou não querem reconhecer a própria verdade. Infelizmente os que vivem assim vão guerrear, mas não irão vencer os monstrão.
Também aqui se faz necessário  escrever ou conversar, ou ainda a ajuda de um profissional.

A ESPADA DA PALAVRA
O apóstolo Paulo  ao falar da armadura do cristão, cita a palavra de Deus como uma espada, em outro texto diz ainda que a palavra de Deus é uma espada de dois gumes.
Aqui na luta contra os monstrão,  ao falar da espada da palavra, digo com referência à palavra de Deus que muito nos auxilia, visto que até Jesus na tentação  no deserto usou a bíblia para vencer o monstrão que o atacava, mas também quero destacar o uso de nossas palavras.
Primeiro que o falar sobre  nossas lutas sejam elas interiores ou exteriores já as fazem ser menores. Não me refiro ao falar  como quem se lamenta ou só sabe lamuriar, mas como quem se expõe (lembrando a importância de saber a quem e onde se expor).
Na luta contra os monstrão se faz necessário falar, os monstrão detestam serem expostos,  pois assim são desmascarados e vencidos.
Em segundo lugar é necessário usar as palavras como espada para atacar os monstrão, para feri-los  e repreende-los.
Para isso se faz necessário rever o vocabulário e como temos nos afirmado através de nossas palavras.
Nas guerras não se usa palavras de derrota a não ser a derrota do inimigo.
Portanto tire de seu vocabulário as lamúrias, a palavras do tipo não consigo, não sou capaz, não posso, não vai dar certo. Exercite-se em palavras  de confiança e vitória.
No momento em que for para falar das lutas e dos monstrão fale, chore, mas depois levante-se  use as palavras como quem está guerreando  e na certeza da vitória.
Não estou falando aqui de fazer uso de palavras ilusórias; vou dar um exemplo do que chamo de palavras ilusórias:
Imagine uma mulher que perdeu o  casamento e talvez a partir dessa realidade está vivendo uma luta contra os monstrão e a saber que precisa de palavras de vitória começa a dizer que o marido vai voltar, que o casamento vai ser retomado... Há situações em que essas palavras são ilusórias, e isso seria alimentar uma mentira... Outro exemplo seria a pessoa que perdeu um bom emprego e então começar a dizer que vai ser de novo chamado a trabalhar no mesmo lugar e teria ainda uma promoção...
Há situações nessa vida que temos de aceitar as perdas e superar as dores. Portanto palavras de vitória são palavras  do tipo tudo posso naquele que me fortalece,  O Senhor é minha força e minha alegria...
Deus vai te inspirar palavras como espada para derrotar os monstrão. Não precisa ser frases prontas  e nem bonitas.
Em meu sonho eu comecei a atacar o monstrão da tristeza com a espada da palavra dizendo: tristeza, você não vai me derrotar, não vou dar ouvido ao que está me dizendo, lá lá lá lá, lá, em nome de Jesus pegue suas coisas e saia daqui... Penso que você já entendeu o que é usar as palavras como espada.

MONSTRÃO OU MONSTRINHO
Gostaria de dizer ainda que pode acontecer e é muito comum acontecer que o monstrão com o qual estejamos lutando não seja um monstrão, mas um monstrinho.
Devido a vários fatores como baixo auto estima, complexo de inferioridade, meio social em que fomos criados,  e poderíamos citar uma lista de situações, olhamos uns monstrinhos com lente de aumento e passamos a vê-los como monstrão.
O importante é não usar os monstrão ou monstrinhos como auto defesa, ou desculpa.
Se faz necessário a coragem de encará-los e a coragem também para aceitar que  embora pareça ser monstrão, é só um monstrinho.

CONCLUSÃO
Penso que o segredo é sermos simples e não complicar muito as coisas. Se percebemos que os sugadores de vida estão nos atacando, se começamos a ter um aumento de estresse, ansiedade, perda de sono ou sono em excesso, alterações de apetite... É um alerta que precisamos falar, expor nossas angústias, desabafar...
Vivemos em um tempo de poucos amigos. A palavra amizade até mesmo perdeu seu sentido em meio a esse mundo tecnológico e virtual.
Se não tem um amigo (quem o encontrou, encontrou um tesouro), escreva. Tenha um caderno onde possa desabafar, lembrando que não é viver lamúria e reclamações.
Em algumas situações, talvez seja necessário a ajuda de um diretor espiritual, ou ainda a ajuda de um profissional. É salutar reconhecer a necessidade de ajuda.
Não deixe que a situação se agrave mais do que já está. Grite por socorro. Isso não humilhante, isso é humano; Jesus em momento disse: minha alma está numa angústia mortal, ficai aqui e vigiai comigo. Ele o mestre, o Senhor teve coragem de se expor aos seus melhores amigos...
Deus te abençoe.




domingo, 6 de setembro de 2015

AMOR AOS IRMÃOS - SEMINÁRIO DE VIDA -

Seminário de Vida- Nona pregação – Amor aos irmãos

Inicio lembrando o primeiro tema  do seminário, onde dissemos  da importância de  entendermos a  mensagem do evangelho; Pois se de fato compreendermos  e crermos no evangelho, teremos a experiência da salvação. (Rom.1,16)

Durante essas semanas buscamos pregar o evangelho com a esperança de conversões genuínas.
Isso porque o grande problema da Igreja de hoje não é o mundo ou o demônio, mas as falsas conversões.
Por causa de uma pregação reducionista ou deturpada do evangelho, com a intenção de agradar a todos, têm sido geradas falsas conversões...
A falsa conversão se reflete em três pontos: falta de santidade, a negação ao sofrimento e ausência de amor.
Hoje vamos nos deter ao terceiro ponto que é o tema de hoje: “o amor aos irmãos”.
O que nos identifica como verdadeiros discípulos de Jesus é o amor que vivenciamos entre nós. (Jo.13,35).
A primeira carta de João nos fala que se  andamos na luz temos comunhão recíproca uns com os outros. (IJo.1,7).
No capítulo 3 de IJo., temos a marca dos convertidos: o vers. 14 diz: sabemos que passamos da morte para vida, porque amamos aos irmãos. Quem não ama permanece na morte. Passar da morte para a vida é conversão. (Ef.2,1.5)
Nessa questão do amor vemos duas realidades importantes:
A primeira é o amor aos irmãos e a segunda é o amor ao próximo.
É importante fazer a distinção, pois há pessoas na igreja que amam ao próximo e fazem muitas coisas para o próximo, mas não ama aos irmãos; Vivem com mágoas  e tantas outras diferenças...
Talvez alguém pergunte: mas, não são a  mesma coisa?
Não. Irmão é todo aquele que também crê em Jesus Cristo e crê como entendemos no dia em que falamos de fé e conversão. Esse que crê se torna então um filho de Deus e, portanto,  meu irmão, independente da denominação cristã em que ele esteja. (Mt.12,50) (Jo.1,12).
Mandamento novo e antigo. (IJo.2,7ss)
Próximo  são todos os outros que ainda não acreditam   em Jesus. Todo o que está perto.
Alguns textos relacionados aos irmãos:
Mat.5,22-24
ICor. 6,5-8
ICor.8,11-13
Tiago 2,15ss  IJo.3,18
IJo.2,10;3,10;3,14
Mt.18,15-35.
Alguns textos sobre o próximo:
Lev.19,18
Pv.3,28-29
Mt.22,34
Lc.10,29ss – nos explica quem é o próximo.
Rom.13,9-10
Portanto, embora haja uma diferença entre quem é o próximo e quem é o irmão. A exigência do amor é para com ambos.
Esse amor nos levará a vida comunitária; assim foi em pentecostes e assim é ainda hoje. (Atos 2,42; 4,32).
Por isso o Espírito Santo suscita as diversas formas de vida comunitária na Igreja. O que não dá é pra dizer que sou igreja, mas não vivo vida comunitária. Ainda que alguém seja muito carismático, mas se não está amando e o amor é concreto (temos então de nos relacionar),então esse alguém não está sendo discípulo de Jesus...
Peçamos hoje perdão por todo contra testemunho que há na Igreja, por causa das rivalidades, fofocas, invejas, ciúmes, disputas e tantos outros pecados que leva o próximo a nos olhar e não nos ver como discípulos de Jesus.
Ao encerrar, lembremos que não amor sem sofrimento e dor. Como disse madre Tereza de Calcutá: “precisamos amar até doer”!
Gostaria de incentivá-lo a pesquisar sobre as diversas formas de vida comunitária na Igreja.  E a se deixar levar pela ação do Espírito Santo, para que conduzido por Ele esteja também inserido em um ambiente comunitário onde testemunhe para o mundo a graça do verdadeiro amor.
Se perguntarmos como viver o amor de forma prática, poderíamos dizer das obras de misericórdia:
Corporais:
Dar de comer
Dar de Beber
Vestir os nus
Dar pouso aos peregrinos
Assistir aos enfermos
visitar os presos
Enterrar os mortos

Espirituais:
Dar bom conselho
Ensinar os ignorantes
Corrigir os que erram
Consolar os aflitos
Perdoar as Injúrias
Sofrer com paciência as fraquezas do próximo
Rogar a Deus por vivos e defuntos.

Amem!.